Semana da Vida – “Da fragilidade (re)NASCE a VIDA”

“Da fragilidade (re)NASCE a VIDA”

12 a 19 de Maio de 2024

A escolha do tema da Semana da Vida 2024 tem por base o documento Declaração Dignitas Infinita, sobre a Dignidade Humana, da Congregação para a Doutrina da Fé. A proposta é que os aspetos que esta mensagem invoca estarão presentes como objeto de reflexão ao longo da Semana da Vida 2024.

Em 2010, diante da Pontifícia Academia para a Vida, Bento XVI afirmou que a dignidade da pessoa é «um princípio fundamental que a fé em Jesus Cristo Ressuscitado sempre defendeu, sobretudo quando é desatendido em relação aos sujeitos mais simples e indefesos». Em outra ocasião, falando aos economistas, disse que «a economia e a finança não existem para si mesmas, elas não são outra coisa que um instrumento, um meio. Seu fim é unicamente a pessoa humana e sua plena realização na dignidade. É este o único capital que é oportuno salvar». Desde os inícios de seu pontificado, o Papa Francisco convidou a Igreja a «confessar um Pai que ama infinitamente cada ser humano» e a «descobrir que “com isso mesmo lhe confere uma dignidade infinita”», sublinhando com força que tal imensa dignidade representa um dado originário que se precisa reconhecer com lealdade e acolher com gratidão. Sobre tal reconhecimento e acolhimento é possível fundar uma nova coexistência entre os seres humanos, que modele a socialidade em um horizonte de autêntica fraternidade: unicamente «reconhecendo a dignidade de cada pessoa humana, podemos fazer renascer entre todos uma aspiração mundial à fraternidade».

Segundo o Papa Francisco, «esta fonte de dignidade humana e de fraternidade está no Evangelho de Jesus Cristo», mas é também uma convicção à qual a razão humana pode chegar através da reflexão e do diálogo, dado que «se é preciso respeitar em toda situação a dignidade dos outros, é porque nós não inventamos ou supomos tal dignidade, mas porque existe efetivamente neles um valor superior em relação às coisas materiais e às circunstâncias, que exige que sejam tratados de outro modo. Que cada ser humano possui uma dignidade inalienável é uma verdade correspondente à natureza humana, para além de qualquer mudança cultural». Na verdade, conclui Papa Francisco, «o ser humano possui a mesma dignidade inviolável em qualquer época histórica e ninguém pode sentir-se autorizado pelas circunstâncias a negar esta convicção ou a não agir em consequência». Em tal horizonte, a sua encíclica Fratelli tutti já constitui uma Magna Charta dos deveres atuais voltados a salvaguardar e promover a dignidade humana.” In, Declaração Dignitas Infinita sobre a Dignidade Humana.

Celebrar a Semana da Vida é permitirmo-nos, juntos, encontrar ou redefinir os pontos cardeais das nossas vivências, das nossas convicções, da nossa missão de cristãos empenhados, resolutos e identificados com Cristo. Um Cristo Ressuscitado e ressuscitador!

Jesus assume-Se como o caminho que gera e renova a vida quer pelos sacramentos, quer pela observância dos mandamentos, quer pela prática do acolhimento, da partilha, da comunhão e da oração. Todos estes “pontos cardeais” nascem do ensinamento e experiência de Jesus e como tal “ressuscitam-nos” promovendo os nossos atos para o cuidado dos outros.

Identificarmo-nos com um Cristo Ressuscitado é sermos “imagem e semelhança de Deus”, é viver em cada dia uma e outra vez o mistério da Páscoa, é experimentar a paixão, morte e ressurreição. Isto é, experimentar a dor, a perda, a indignidade humana, o desamor, o desterro, a morte física e espiritual, mas com a certeza que todo o sofrimento dá lugar ao renascer, à vida podada com o Amor de Deus revelado em Jesus e que assume forma na missão dos discípulos, que foram os primeiros missionários e precursores do Apostolado a que todos nós nos devemos sempre, entregar. A fragilidade experimentada tem sentido quando dela (re)nasce vida.

Tal como os discípulos, quer os que estavam no cenáculo, com medo (Jo.20, 19-29), ou os que se puseram a caminho para Emaús (Lc.24, 13-35) Jesus acerca-Se, acompanha e revela-Se, novamente. É Ele que dá o primeiro passo, estende a mão e abraça com todo o coração. Sinais simples que identificam e revelam esperança e paz. Ser identificado com Cristo Ressuscitado é ter esta coragem de “abracemos o risco de pensar que não estamos numa agonia, mas num parto; não no fim, mas no início de um grande espetáculo.”, como disse o Papa Francisco em Lisboa nas JMJ, em agosto passado.

Que esta semana seja para cada um, para cada família e para cada comunidade paroquial profícua na graça, na paz, na oração e no espírito de missão a que todos formos convocados.

Ao longo da semana, o DNPF irá propor às Dioceses e Movimentos que reflitam acerca de algumas das fragilidades que existem atualmente na nossa sociedade e que se vão cruzando connosco, no nosso quotidiano.
Temas atuais como: Saúde mental, Doença; Dificuldades económicas das famílias; Famílias destruturadas; Solidão na velhice; Casais em crise e migração e emigração, estão muito prementes na vida de todos nós. Nesta medida, convidamos todos a refletir sobre estas temáticas à luz da esperança e da fé.

Para cada dia iremos propor um tema de reflexão, dentro das fragilidades que enunciámos acima na esperança de que na fragilidade, a VIDA também faz sentido e pode re (NASCER) através do olhar amoroso de Deus para todos nós e por todos nós, o seu Povo.

 

Mais informações: https://dnpf.pt/

 

 

 

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