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A Mensagem do Papa sobre a Comunicação e a Misericórdia

A 24 de Janeiro de 2016, o Papa Francisco enviou-nos a mensagem, para o Dia Mundial das Comunicações Sociais, que ocorre na Festa da Ascensão do Senhor. O tema do ano é “Comunicação e Misericórdia: um encontro fecundo”. Trata-se dum tema iluminante e cheio de implicações, situando a comunicação, no Ano Santo da Misericórdia, que o Papa proclamou. Trata-se da Quinquagésima Mensagem deste género, por ocasião do Dia Mundial das Comunicações, desde que Paulo VI, em 1967, iniciou a efeméride.

A mensagem papal foi publicada, pela Paulus Editora, com as outras, que os Papas, desde 1967, dirigiram ao Povo de Deus, sobre as Comunicações Sociais, por ocasião do Dia Mundial das Comunicações Sociais. Assim, se apresenta ao grande público, o que os Papas e, com ele, a Igreja Católica pensa e disse sobre o tema tão importante da Comunicação, após o Decreto do Concílio Ecuménico Vaticano II “Inter Mirifica”, sobre os Meios de Comunicação Social de 4 de Dezembro de 1963.

A Igreja é testemunha e arauto de Cristo, comunicadora e a interlocutora de Cristo no diálogo com o mundo. Os cristãos são discípulos, seguidores e imitadores de Cristo e enviados por Ele a comunicar e testemunhar o Evangelho, em todo o mundo. Daí, ser necessário a Igreja acordar para uma tarefa de tanto alcance, no desejo de levar a mensagem de Deus e de Cristo a todos os seres humanos, como Cristo mandou.


O ser humano é um com outros no mundo, ser social, aberto ao outro, à comunicação e ao diálogo, que deve ser sempre promovido e não esquecido, sabendo bem que “no diálogo não há vencedores nem vencidos, mas enriquecidos”, como é já habitual dizer. A comunicação como diz o papa, na mensagem, cria pontes, a amizade e o diálogo, entre os homens, e promove o encontro, a inclusão, a solidariedade e a paz.

O que os Estados Europeus sonharam, já, em 1950, começando por um núcleo duro de nações, em relação ao projecto europeu, é necessário que cresça, a nível real, pessoal e também virtual, criando o bem comum, a comunicação, comunhão e intercâmbio e a solidariedade humana, saindo, diz o Papa, “dos círculos viciosos de condenações e vinganças, que mantêm prisioneiros os indivíduos e as nações e se expressa, através de mensagens de ódio. Ao contrário, a palavra do cristão visa fazer crescer a comunhão e, mesmo quando deve, com firmeza, condenar o mal, procura não romper jamais o relacionamento e a comunicação”.

Só temos a lucrar, em ser misericordiosos, em permanecer abertos e solidários e em não interromper o amor e a comunicação humana, que nos valoriza, ajuda e torna felizes, uma vez que serão felizes os misericordiosos e felizes e filhos de Deus, os que forem pacificadores, como prometeu Jesus (cf. Mt. 5, 7- 9), aqueles que não se fecham ao diálogo e ao amor, mas apostam na comunicação e em todos os seus benefícios. A comunicação cristã deve primar pelo amor à verdade e pela humildade, sendo alheia ao orgulho, à vontade de domínio e de aniquilação do outro. A comunicação não vem aniquilar e destruir, mas promover e valorizar. Como diz S. Tomás de Aquino, “ a verdade, seja ela dita por quem for e venha donde vier, provém do Espírito Santo”. Tudo se deve concentrar em amar e praticar o bem, em procurar, desejar e partilhar a verdade e em nos deixarmos seduzir pela beleza de nos amarmos mutuamente, de nos sentirmos amados e respeitados.

A misericórdia aprende-se, expressa-se e pratica-se, na Família e na Igreja. Adquire-se, com bons hábitos de perdão, abertura ao outro, auscultação e partilha, que resultam da repetição de actos e obras de misericórdia, logo desde a primeira infância. Não somos lobos, aniquiladores do outro, mas irmãos, detentores de iguais direitos e igual dignidade. O acolhimento, escuta e abertura ao outro são determinantes.

Não esqueçamos nunca que o melhor que podemos dar ao outro é a verdade e o bem, o que, procurando sempre o bem e felicidade dos outros, exige e inclui também a amável correcção fraterna, em tempo e modo apropriados. Isto pode e deve ser dado, por uma boa e recta comunicação, veiculando o amor e o desejo do bem e a felicidade dada ao outro, pois, diz Jesus, “há mais alegria em dar que receber” (Act. 20, 35).

Peço-vos, caros Irmãos e Diocesanos, para apostardes, sempre, no amor e no diálogo, abertos às necessidades dos outros, ao bem comum. Fomentai o benefício da salutar, boa e verdadeira comunicação, posta ao serviço da dignidade, do bem e da felicidade das pessoas, chamadas ao diálogo da comunicação e do bem da sociedade humana. Tudo deve ser feito por causa do ser humano, mas este objectivo não se atinge sem a abertura, sem diálogo fraterno, sem a comunicação, veículo da misericórdia em ordem promover o intercâmbio e o respeito entre as gerações, de modo que entre todos se estabeleça um verdadeiro encontro que seja fecundo e a todos enriqueça e dignifique.

+ Amândio José Tomás, bispo de Vila Real

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