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Mensagem para o início do ano pastoral

Um novo ano pastoral tem início após o tempo de férias,  coincidindo com a abertura das atividades académicas e, para muitos,  com o retomar da vida profissional. Para as comunidades cristãs da nossa diocese significa o retomar do seu ritmo habitual.

A todos os diocesanos proponho que, neste início de ano, nos inspiremos em dois apelos do Papa Francisco, feitos na sua recente passagem por Portugal. Antes de mais o apelo a recomeçar com entusiasmo e sem medo. Na alocução no Mosteiro dos Jerónimos, o Papa deixou esta interpelação: «Queres descer do barco e afundar na desilusão (…) queres apenas conservar o passado que ficou para trás ou lançar de novo e com entusiasmo a rede para a pesca?». Ao risco do cansaço, da resignação e do pessimismo, o Papa contrapôs a «espiritualidade do recomeço» e a necessidade de despertar,  sublinhando que  «este é o tempo da graça que o Senhor nos concede para nos aventurarmos no mar da evangelização e da missão».

O segundo apelo, gravado nas mentes e nos corações, foi o de acolher a todos porque «na barca da Igreja há lugar para todos». A ação pastoral da Igreja precisa, cada vez mais, de envolver a todos, clero e leigos, jovens e adultos. Ainda que no contexto diocesano as necessidades pastorais aumentem e os meios, sobretudo humanos, sejam limitados, essa situação deve ser «ocasião para, com fraterno entusiasmo e sã criatividade pastoral, envolver os leigos». Trabalhar em conjunto, ajudarmo-nos mutuamente em clima de fraternidade e sinodalidade, esse é a atitude que o Papa nos recomendou. Tendo consciência do trabalho incansável e dedicado de muitos sacerdotes e leigos, é tempo de recomeçar esta bela missão de levar às pessoas a proposta de vida de Jesus e do seu Evangelho. Esta é tarefa de toda a Igreja como comunidade dos que são chamados, de uma Igreja onde «há lugar para todos. Todos, todos, todos».

Após um triéno (2020-2023) centrado na celebração do centenário da diocese, começamos um outro que terá como lema: «Caminhar juntos, renovar a esperança». Este lema está associado ao processo sinodal em que toda a Igreja está envolvida. De facto, a temática sinodal será decisiva na vida eclesial dos próximos anos, começando já com a Assembleia Sinodal que reunirá em Roma no próximo mês. O mais importante é que este lema nos motive a caminhar juntos, reforçando os laços fraternos entre todos os cristãos, aprofundando o espírito de comunhão e estimulando-nos trabalhar em conjunto, crescendo no exercício de uma sinodalidade real e concreta. Só desta forma se pode renovar a esperança de um futuro melhor para a vida da Igreja e de toda a humanidade.

No plano pastoral da diocese para este ano daremos prioridade à geração mais jovem. Propomos a todos «aprofundar a experiência e a dinâmica da Jornada Mundial da Juventude». Esse incomparável «evento de graça», experiência de encontro e de fé, não pode ser esquecido ou ficar no álbum de recordações. O Papa Francisco, na oração final, pediu aos jovens: «Partis daqui com o que Deus semeou no coração, fazei-o crescer, guardai-o com diligência. Mantende vivos na mente e no coração, os momentos mais encantadores».

A propósito da JMJ é devido um agradecimento público ao Secretariado Diocesano da JUV, ao COD e a todos os que que colaboraram, sobretudo nos «Dias na Diocese»: autarquias locais, entidades públicas e privadas, comunidades e famílias. A ajuda de todos permitiu o melhor acolhimento aos jovens peregrinos vindos de vários países. Os ecos que têm chegado são muito positivos e comprovam que levaram a nossa região no coração.

Neste momento o desafio maior é criar condições para que possam brotar frutos da JMJ. Nesse sentido é indispensável acolher e acompanhar os mais jovens, dar-lhes  um maior protagonismo na vida das comunidades, favorecer a sua participação nas várias instâncias eclesiais. Com a sua energia, sonhos e capacidades eles são certeza de renovação na vida diocesana e sinal de esperança.

O novo ano pastoral ficará ainda marcado pela implementação do novo «Itinerário de iniciação à vida cristã das crianças e adolescentes com as famílias». De facto estamos a dar os primeiros passos, a nível nacional, na renovação da catequese dos mais novos para que seja mais atualizada nos processos e linguagens e sobretudo mais eficaz nos seus objetivos. Para que consigámos formar melhor as futuras gerações de cristãos é essencial contar com a dedicação dos catequistas e com uma nova consciência e compromisso por parte das famílias e das comunidades cristãs.

A par destas preocupações, na vida diocesana não deixaremos de dar uma especial atenção às famílias, concretamente no acompanhamento dos jovens casais, na insistência na preparação do sacramento do matrimónio e no apoio às famílias que vivem com mais dificuldades. Um cuidado especial vai merecer também a situação dos imigrantes, dado que é cada vez maior o número de pessoas que chegam de fora para trabalhar e viver na nossa região. Às comunidades cristãs e demais instituições solicita-se uma redobrada atenção e compromisso para acolher, apoiar e integrar os imigrantes. Da mesma forma, durante este ano pastoral que decorrerá num contexto de dificuldades para vários setores da sociedade, será necessário que cuidemos dos mais pobres e vulneráveis.

Ao longo do caminho que estamos a iniciar sintamos sempre o conforto do Senhor Jesus Cristo que prometeu estar sempre connosco, a força, energia e criatividade do Seu Espírito e ainda a proteção de Maria, Nossa Senhora da Conceição.

Como vosso Bispo, irmão mais velho na fé, a todos saúdo fraternalmente e renovo a minha confiança de que, caminhando juntos, seremos cada vez mais fielmente a Igreja de Jesus Cristo.

Vila Real, 28 de setembro de 2023

+António Augusto de Oliveira Azevedo

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