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Canonização de S. Bartolomeu dos Mártires

A arquidiocese de Braga celebrou este domingo, dia 10 de novembro, uma Missa de ação de graças pela canonização de S. Bartolomeu dos Mártires.

Bartolomeu Fernandes Vale nasceu no dia 3 de maio de 1514, em Lisboa, foi batizado na Igreja dos Mártires, na mesma cidade, e é desta igreja “dos Mártires” que vem o seu apelido para que não se esquecesse das suas origens.

Desde cedo sentiu vontade de seguir a vida religiosa e, por essa razão, aproximou-se dos dominicanos, em Benfica, Lisboa, tendo sido admitido na ordem com quinze anos.

Para além de ter sido um homem com uma grande capacidade intelectual, pode ser caracterizado pelas suas atitudes de desprendimento, humildade, simplicidade e obediência. As descrições de Frei Luís de Sousa, indicam-no como um homem de estatura acima da média, com grande zelo apostólico, e hábitos frugais, rigorosos e disciplinados.

Tendo ficado vago o arcebispado bracarense, foi convidado pela rainha D. Catarina a aceitar esse novo cargo, que inicialmente recusou. No entanto, por obediência ao seu superior, frei Luís de Granada, que o considerava digno e capaz, aceitou ser o novo bispo desta arquidiocese portuguesa. A 27 de janeiro de 1559 foi nomeado arcebispo pelo Papa Paulo IV. De referir que, em pleno séc. XVI, as atuais dioceses de Bragança, Viana do Castelo e Vila Real ainda pertenciam à arquidiocese de Braga.

Este arcebispo parte para Braga e inicia as famosas visitas pastorais, percorrendo as paróquias da diocese espalhadas por todo o espaço geográfico do Minho e Trás-os-montes, oferecendo a cada uma cruz processional. Em 1560, confia aos jesuítas os estudos públicos que darão origem ao Colégio de S. Paulo, para responder à necessidade de formação e evangelização.

S. Bartolomeu foi uma voz de referência no Concílio de Trento (1545-1563), tendo participado na terceira sessão entre 1562 e 1563, juntamente com Carlos Borromeu (1538-1584), arcebispo de Milão. Isto fez com que ele tivesse uma grande influência no surgimento dos seminários diocesanos do nosso país. Foi precisamente a partir desta terceira sessão que houve uma preocupação pela fundação de casas de formação para a seleção dos futuros sacerdotes, bem como escolas de teologia moral. Daí S. Bartolomeu também ter alguns escritos importantes, quer para a formação do clero, quer para a formação de todo o Povo de Deus, entre os quais o «Catecismo» e o «Estímulo dos Pastores».

Para implementar o concílio, promove um sínodo diocesano e um provincial. Em 1571, funda o Seminário Conciliar do Campo da Vinha, o primeiro seminário da história da Igreja.

Permaneceu como arcebispo até 1582 e, nesse mesmo ano, resignou devido à sua idade avançada e foi viver para o Convento de Santa Cruz, em Viana do Castelo, que ele próprio havia fundado, onde faleceu em 1590, como um simples frade.

S. Bartolomeu dos Mártires ficou conhecido pelo povo como «homem santo, pai dos pobres e dos enfermos». Foi beatificado no dia 4 de novembro de 2001, pelo Papa S. João Paulo II, na Praça de S. Pedro, em Roma, e proclamado santo no dia 6 de julho de 2019, pelo Papa Francisco.

Este domingo, o papa felicitou a Arquidiocese de Braga pela «Missa de ação de graças pela canonização equipolente de São Bartolomeu Fernandes dos Mártires» e referiu-se ao novo santo como «um grande evangelizador e pastor do seu povo».

O dia da memória litúrgica de S. Bartolomeu é a 18 de julho.

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