A evolução favorável da situação pandémica no nosso país e a consequente passagem a uma fase de progressivo desconfinamento levou a Conferência Episcopal Portuguesa a tomar algumas medidas que constam do comunicado do passado dia 11 de março, nomeadamente a de retomar as celebrações públicas. Em ordem à aplicação destas e outras medidas na diocese de Vila Real, torno públicas as seguintes disposições:
- Manifestar o regozijo pela reabertura das celebrações da fé à participação dos fiéis, tão ansiada e desejada. De modo especial damos graças a Deus pela possibilidade de celebrar a Páscoa em comunidade, depois da experiência tão dolorosa do último ano em que tal não foi possível.
- Lembrar que, nesta reabertura do culto público, devem ser cumpridas as orientações da CEP do passado dia 8 de maio e as recomendações das autoridades sanitárias. No anterior desconfinamento as comunidades deram provas de uma boa capacidade de organização e os cristãos mostraram um comportamento exemplar. Desta vez é necessário manter todos os cuidados e agir com responsabilidade para não contribuir para o agravamento da situação pandémica.
- Desaconselhar qualquer forma de aglomeração de pessoas que possa constituir algum tipo de risco. Nesse sentido, apesar da quadra pascal ser rica de tradições, este ano «evitar-se-ão procissões e outras expressões de piedade popular, como as visitas pascais e a saída simbólica de cruzes».
- Recomendar que o sacramento da reconciliação com confissão individual seja celebrado com os maiores cuidados em termos sanitários. Os sacerdotes devem reservar tempo para atender os penitentes e são desaconselhadas celebrações com muitas pessoas.
- Apontar o reinício da catequese presencial apenas para o período posterior à Páscoa, tendo em conta a reabertura progressiva das escolas nos vários ciclos. Para o efeito devem respeitar-se as «Orientações para a catequese em tempos de pandemia», do Secretariado Nacional da Educação Cristã. Para a catequese e outras atividades pastorais deve ser ponderada a possibilidade ou vantagem de se realizarem por meios digitais.
- Sublinhar a necessidade do reforço das expressões de caridade, quer na ajuda concreta às pessoas e famílias mais necessitadas quer no apoio às instituições eclesiais na “linha da frente” solidária: Cáritas, Centros Sociais Paroquiais, Misericórdias e outras IPSS’s.
- Apelar às comunidades cristãs da diocese para que reforcem os laços da sua unidade, comunhão e fraternidade. Na fase difícil que estamos a viver e que ainda se prolongará é necessário dar mais atenção e apoio humano e espiritual às pessoas mais marcadas pela doença, pela solidão ou outro tipo de problemas.
- Convidar todos os diocesanos a uma forte vivência pascal, este ano com menos expressões exteriores mas enriquecida pela oração pessoal e familiar. Dado não ser possível a realização da Visita Pascal, sugere-se que no domingo de Páscoa os sinos toquem festivamente ao meio-dia e que as famílias façam uma oração à volta da mesa, tendo uma cruz no centro.
- Endereçar uma palavra de ânimo aos doentes, uma palavra de reconhecimento aos cuidadores, quer estejam nos hospitais, nas instituições ou em casa, uma palavra de encorajamento aos trabalhadores e aos empresários em maiores dificuldades e uma palavra de conforto às famílias enlutadas.
- Dirigir a todos uma renovada mensagem de confiança e esperança. Acreditamos que Aquele que carregou a cruz até ao calvário e deu a vida por nós, está connosco nesta hora difícil. Temos a firme esperança que Jesus Cristo, morto e ressuscitado, nos abre horizontes de futuro, de salvação e vida mais plena.
No dia da Solenidade de São José, em pleno ano a ele dedicado, invoco a sua intercessão para todos os amados diocesanos de Vila Real. Que ele proteja a Igreja universal de que é patrono, bem como todos os pais. Peço ainda a proteção maternal de Maria, Senhora da Conceição, nossa padroeira. Que Deus abençoe a todos com saúde e paz e conceda uma Santa e Feliz Páscoa.
Vila Real, 19 de março de 2021
+António Augusto de Oliveira Azevedo